top of page

A implosão da FTX

Carolina Blank, Giovanni Jobim e João Vitor Moura


"I fucked up, and should have done better". Foi com uma thread no Twitter, iniciada por esse tweet, que o CEO Sam Bankman-Fried deixou claro para seus clientes da FTX que mais uma crise no mercado cripto havia chegado. Muitos já o chamaram de "crypto messiah", mas, hoje, ele é conhecido por ter articulado uma das maiores fraudes na história do setor.


O QUE É A FTX?


Como uma grande tempestade em meio ao “inverno cripto” - período de forte bear market no setor que marcou 2022 - a FTX implodiu. A empresa era uma importante plataforma para o mercado de criptoativos que atuava como intermediadora de transações envolvendo ativos digitais, além de custodiar o patrimônio de clientes, ou seja, uma exchange cripto - compara-se a uma corretora de valores no sistema financeiro tradicional. Em junho de 2022, a FTX chegou a ser a segunda maior exchange de cripto do mundo, ultrapassando a Coinbase e ficando atrás da Binance.


Esse serviço enquadra-se no sistema de CeFi, termo usado para Centralized Finance, caracterizado pelo acesso ao mundo das criptomoedas por meio de uma organização centralizadora, a qual disponibiliza uma interface e suporte aos seus usuários. Essas características possibilitam uma experiência mais intuitiva e passam a sensação de maior segurança no universo cripto, tornando as exchanges muito atrativas para pessoas que querem entrar nesse meio desconhecido, mas de forma mais "confortável". No entanto, esse sistema simultaneamente pode colocar em risco os ativos dos usuários, uma vez que esses não ficam sob sua custódia, mas, sim, do controlador da exchange. Não à toa, esse risco é o tema explorado no artigo.


QUEM É SBF?


A FTX foi fundada em 2019 por Sam Bankman-Fried, popularmente conhecido como "SBF". Formado em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o jovem excêntrico conheceu, durante a faculdade, o "altruísmo efetivo", movimento que prega a necessidade da realização do bem da forma mais eficaz possível e que mudou totalmente sua vida. Desde então, SBF teve como motivação maior de sua vida crescer financeiramente para que pudesse realizar também doações relacionadas aos seus ideais.


Sendo assim, ele optou por começar sua carreira no mercado financeiro. Ainda na universidade, começou a estagiar em Wall Street, em uma empresa que atuava nas áreas quantitativa e de liquidez. Durante esse período, Bankman conheceu o universo das criptomoedas, enxergando nele uma oportunidade para alcançar seus objetivos. Segundo ele, “havia uma enorme demanda, grande volatilidade, grandes influxos, grande valorização de preços, grande quantidade de atenção e interesse, e a infraestrutura não estava lá”.


A partir disso, em 2017, ele fundou a Alameda Research, empresa de trading quantitativo de criptoativos. Dois anos depois, decidiu fundar uma exchange, a FTX, cujo produto principal eram derivativos de criptomoedas. A companhia foi incorporada em Antígua e Barbuda e sediada nas Bahamas, na América Central, com o intuito de fugir do risco regulatório do mundo cripto nos Estados Unidos e em outros países mais desenvolvidos.


Os empreendimentos de SBF tiveram rápida ascensão, principalmente a FTX, que atraiu clientes do mundo todo, inclusive o ex-casal de superestrelas Tom Brady e Gisele Bündchen, que entraram como sócios. A exchange chegou a contratar anúncios do Super Bowl - considerados os mais caros do mundo - e investiu na compra de direitos de nomes de arenas esportivas e até em equipes de eSports. Bankman chegou a integrar a lista das 500 pessoas mais ricas do mundo da Bloomberg e, de acordo com o índice, já possuiu uma fortuna de aproximadamente US$ 15,2 bilhões.


O bilionário também adquiriu muita fama por conta de seu envolvimento na política americana, ele era um dos maiores doadores do partido democrata dos EUA. Nas eleições midterms de 2022 SBF doou US$ 39 milhões, de acordo com a Visual Capitalist. No ciclo eleitoral de 2022, junto a mais dois altos executivos da FTX, o montante total de doações supera os US$ 75 milhões. Essas contribuições acarretaram em acusações criminais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por considerar-se que o empresário usou dinheiro corporativo e doadores ocultos desde 2020 para influenciar em campanhas. De acordo com as leis de financiamento de campanha política, doações diretas de empresas para fins políticos só podem ser feitas legalmente por meio dos Super PACs, que, desde 2010, foram promulgados como comitês que recebem doações de pessoas físicas e jurídicas, sem sujeição a limites, podendo gastar também indeterminadamente com propaganda eleitoral, contanto que os gastos não sejam coordenados com a campanha de candidatos e as origens dos fundos sejam divulgadas. Combinadas, FTX US e a Alameda Research doaram de forma direta para Super PACs aproximadamente US$ 8,4 milhões desde 2020.


O ESTOPIM


O estopim da crise da FTX ocorreu em 2 de novembro de 2022, quando a CoinDesk publicou um furo de reportagem acerca do balanço patrimonial da Alameda Research (ilustrada na imagem 1). A matéria divulgava que esse era composto em 40% pelo token FTT, equivalente a US$ 5,8 bilhões, evidenciando que o patrimônio da Alameda estava garantido por uma moeda emitida pelo mesmo grupo empresarial, e não um "ativo independente", como menciona a reportagem. Além disso, o restante do patrimônio era majoritariamente formado por tokens voláteis e ilíquidos (ilustrado na imagem 2), considerados colaterais de pouca estabilidade para sustentar a dívida da empresa, que era de US$ 8 bilhões diante de um patrimônio de US$ 14,6 bilhões.


Imagem 1: reportagem da CoinDesk, novembro de 2022.


Imagem 2: balanço patrimonial da Alameda. Fonte: HubCrypto


Diante disso, a Alameda dependeria de dois principais fatores para honrar suas dívidas: o preço ao qual estavam sendo negociados os tokens de seu patrimônio e a capacidade do mercado de absorver a enorme oferta. E seria impossível ter os dois simultaneamente, por causa de um mecanismo estruturado pela própria Alameda.


O token FTT foi construído de modo que sempre houvesse grande parte deles fora de circulação no mercado, sob posse da empresa emissora ou travada em demais projetos. Isso é evidenciado nos números da moeda: enquanto o market cap (valor total dos tokens disponíveis para compra e venda) era de US$ 3,3 bilhões, o fully diluted valuation (valor total de tokens que existem) era de US$ 8 bilhões. Esse sistema foi a principal forma de obtenção de capital de investimento por parte da Alameda, o que levou investidores a concluírem que toda a criação e a promoção do FTT seria, na realidade, um meio de capitalização da empresa-irmã da FTX. Logo, seria impossível para a Alameda vender seus FTT no mercado sem gerar uma queda drástica no seu preço. Como resultado disso, houve uma onda de usuários retirando seus depósitos da exchange motivados pela desconfiança que estava sendo gerada desde meados de 2022, com a renúncia de diversas pessoas em cargos relevantes da empresa e a investigação realizada pelo Texas Securities Regulator. Nesse momento, o FTT estava sendo negociado a US$ 25,03.


A IMPLOSÃO


No dia 6 de novembro de 2022, a CEO da Alameda postou no Twitter (imagem 3) que as informações divulgadas pela CoinDesk estariam incompletas, e, na realidade, o patrimônio da Alameda contava com outros US$ 10 bilhões em ativos que não estavam na reportagem.


Imagem 3: tweet da CEO da Alameda


No entanto, essa notícia não foi capaz de reverter a desconfiança e os rumores que já estavam em circulação. No mesmo dia, o CEO da Binance, maior exchange concorrente da FTX, anunciou no Twitter que iria liquidar todos os FTT sob a posse da Binance (imagem 4), o que poderia desbalancear o valor do token e, por conseguinte, o patrimônio da Alameda. Caroline, a CEO da Alameda, chegou a fazer uma oferta para Changpeng Zhao (CZ), CEO da Binance, de compra dos FTT por fora do mercado a US$ 22,00 por unidade, mas ele recusou. Após o anúncio, houve uma onda de venda do token no mercado e mais pessoas sacando seus recursos depositados na FTX, ao passo que os rumores de insolvência começaram a se intensificar. Nesse momento, o market cap do FTT reduziu para US$ 2,96 bilhões, com o token sendo negociado a US$ 22,26.


Imagem 4: tweet do CEO da Binance


No dia 8 de novembro, quando já haviam sido solicitados mais de US$ 6 bilhões em resgates pelos usuários da exchange, os saques começaram a ser pausados na plataforma. Nesse dia, SBF postou no Twitter que a FTX teria chegado a um acordo estratégico com a Binance a fim de resolver a crise de liquidez em que a primeira venderia a totalidade da exchange para sua maior concorrente, mas com a due diligence ainda pendente (imagem 5). Apesar das instabilidades, o CEO seguiu insistindo que os usuários estavam protegidos (imagem 6). Nesse dia, o valor do FTT caiu para US$ 5,95 e seu market cap era de US$ 791,8 milhões.


Imagem 5: tweet do CEO da FTX


Imagem 6: tweet do CEO da FTX


No dia seguinte, dia 9 de novembro, a Binance anunciou a desistência do acordo divulgado por ambos os CEOs após verificação detalhada da situação financeira da empresa e os diversos dados que começaram a vir à tona (imagem 7). O comunicado informava que, embora a empresa tivesse esperança de dar suporte aos clientes da FTX oferecendo liquidez, os problemas estavam além de seu controle e capacidade de ajudar. Nesse dia, o FTT chegou ao seu menor market cap e valor de mercado, a US$ 301,44 milhões e a US$ 2,44, respectivamente.


Imagem 7: tweet da Binance


No dia 10 de novembro, a Bahamas Securities Regulator, semelhante à CVM brasileira, congelou os ativos da filial no país. SBF, pela primeira vez desde o início do colapso, assumiu a culpa no Twitter e pediu desculpas (imagem 8). Em sua thread na rede social, ele explicou que a FTX não tinha fundos suficientes para atender às demandas dos clientes devido à “rotulagem interna ruim” que desbalanceou a alavancagem e a liquidez. No mesmo tweet, ele disse que a Alameda encerraria as negociações e que seguiria buscando formas de providenciar liquidez aos seus clientes. Na tarde do mesmo dia, a FTX voltou a liberar gradualmente os saques em um acordo com a blockchain Tron, que facilitou os saques dos usuários que antes convertessemseus recursos para o token nativo da rede (TRX).


Imagem 8: tweet do CEO da FTX


DESENCADEAMENTO JURÍDICO


Imagem 9: tweet de SBF


Em 11 de novembro de 2022, a FTX deu entrada no famoso capítulo 11 do Código de Falência dos Estados Unidos (imagem 9) e ganhou um novo CEO: John J.Ray III. A lei permite ao devedor manter todos os seus ativos, se opor às demandas de seus credores, adiar prazos e reduzir sua dívida. Em contrapartida, a empresa protegida é obrigada a prestar informações detalhadas sobre o andamento das transações sobre seus credores. No caso em questão, a FTX buscou autorização para manter suas operações cotidianas, aprovada pelo juiz especializado em falências John Dorsey. Além disso, também buscaram no tribunal um novo sistema para administrar o caixa remanescente e manter funcionários e folhas de pagamento. Embora o capítulo 11 tenha como objetivo reabilitar negócios, nunca foi capaz de reviver uma corretora cripto.


Um mês após o colapso da FTX, no dia 12 de dezembro de 2022, SBF foi preso nas Bahamas, acusado por promotores dos Estados Unidos de cometer oito crimes. Todos consistem em fraude ou conspiração. Além disso, havia sido processado por duas agências reguladoras. No dia posterior, estava previsto que o ex-CEO testemunhasse no Capitol Hill, o que não foi possível devido à sua prisão. O motivo dessa foi o desaparecimento de mais de 8 bilhões de dólares em fundos de clientes da FTX, os quais haviam sido usados pela Alameda. Supostamente, o empresário teria usado esses recursos para crescer o seu próprio império, baseado na valorização de tokens como o FTT. Inclusive, parte desses fundos teriam sido usados para doações políticas por SBF para os democratas nas midterm elections de 2022. De acordo com Alexander Osipovich, repórter do Wall Street Journal que mantinha contato com SBF, ele teria dito que só tomou conhecimento do rombo de 8 bilhões de dólares no início de novembro, alguns dias antes de a FTX assinar os documentos alegando falência. “The first time that I can remember putting all of these pieces together was at the start of November. And I remember being surprised by exactly what I saw when I did”, disse ele.


O processo realizado pela Securities and Exchange Commission e pela Commodity Futures Trading Commission (SEC e CFTC) contra SBF alega que o proprietário estava utilizando o capital dos clientes da FTX, juntamente com dinheiro oriundo da Alameda, para realizar diversos acordos e patrocínios com esses fundos, como financiar o Miami Heat Stadium, rebatizado como FTX arena, anúncios no Super Bowl, além de gastos pessoais dele e da família com regalias, como jatinhos particulares. O processo descreve a ação de SBF como “furtiva”. Em entrevista com Alexander Osipovich, ele declarou que seu envolvimento com a Alameda era baixíssimo desde que deixou de ser CEO, porém a SEC, em documento legal, afirmou: “He directed investment and operational decisions, frequently communicated with Alameda employees and had full access to Alameda's records and databases”. Não se sabe ao certo o nível de envolvimento de SBF com a administração dos recursos da Alameda, mas as acusações da CFTC e da SEC dão indícios de que foi significativo, dado o tamanho do rombo. Em sua primeira aparição pública na falência da FTX, John J. Ray afirmou que a operação da Alameda só era possível por causa do uso de fundos de clientes da FTX. Se não, a empresa não seria economicamente viável.


No dia 21 de dezembro de 2022, SBF foi transferido da custódia bahamense para a custódia estadunidense, após um juiz aprovar a sua extradição. Acompanhado por forças federais, voou para Nova York. De acordo com o seu advogado, SBF concordou com a extradição, pois tinha a missão de “honrar com os fundos de seus clientes”. Após realizar a sua primeira aparição em um tribunal de Nova York, SBF foi solto. Ao todo, quatro pessoas pagaram a sua fiança de 250 milhões de dólares, três das quais eram familiares. Segundo o advogado assistente Nicolas Ross, o governo aceitou o pagamento de fiança pelo fato de SBF ter cooperado e aceitado a extradição. O ex-CEO se encaminhou para a casa dos pais, em Palo Alto, Califórnia, acompanhado de uma tornozeleira eletrônica, monitoramento e limitação de deslocamento. Esse será o estado de SBF enquanto aguarda o julgamento, agendado para dia 2 de outubro, e a decisão da justiça americana.


Imagem 10: tweet de SBF


Após ser solto, Fried voltou ao Twitter, no dia 30 de dezembro. A imagem mostra um tweet feito por ele, em resposta ao artigo da Cointelegraph. Ele se defende, dizendo que não realizou as movimentações de carteira da Alameda que ocorreram após a sua fiança, pois não teria mais acesso a elas.


Nesse meio tempo, dois associados de SBF, Caroline Ellison, Ex-CEO da Alameda, e Gary Wang, Ex-Chefe de tecnologia da FTX, foram acusados pela CFTC e pela SEC. Os dois assumiram a culpa em algumas acusações, incluindo fraude eletrônica e conspiração. Porém, em contradição aos seus ex-associados, SBF se declarou não culpado em julgamento ocorrido em 3 de janeiro, em Nova York. De acordo com procuradores da justiça americana, SBF conspirou com indivíduos não identificados para fraudar tanto clientes quanto credores, aos quais ele teria providenciado informações falsas sobre a situação financeira da FTX. Um fato curioso no desenrolar jurídico do caso foi o alto renome dos advogados de SBF, os quais são veteranos dos casos de Ghislaine Maxwell e El Chapo.


Houve também movimento de autoridades americanas para apreender ativos da falida FTX. O mais emblemático foi, de fato, o caso das ações da Robinhood, uma empresa americana de serviços financeiros, facilitadora de transferências de diversos ativos, incluindo cripto. Tanto a FTX quanto a também falida BlockFi tinham participação acionária na Robinhood.


No dia 6 de janeiro de 2023, a nova gestão da FTX, com o CEO John Ray, e as autoridades de Bahamas assinaram um acordo para cooperar e coletar ativos da FTX, em benefício aos credores da falida exchange. As partes combinaram de trocar informações e ajudar a distribuir de forma segura ativos da FTX nas Bahamas e no exterior. Companhias que assinam o capítulo 11 nos EUA ganham uma proteção em relação aos ativos que possuem. Porém, as autoridades de Bahamas ainda tinham controle dos ativos da FTX depois que John Ray assinou os documentos, incluindo os já mencionados 3,5 bilhões de dólares em tokens cripto. Também no início de janeiro, a nova gestão da empresa fundada por SBF pediu o retorno de doações de caridade para os caixas da empresa. Contudo, parte do capital já havia sido gasto no momento em que o pedido foi realizado. O primeiro braço de caridade da FTX, o Future Fund, direcionou, mais de 160 milhões de dólares para mais de 110 instituições sem fins lucrativos em 2022, a maioria delas sendo biotech startups e pesquisas universitárias trabalhando em vacinas para a Covid-19 e controle pandêmico.


Durante o desenrolar jurídico, um juiz federal americano aprovou a anulação do contrato entre a FTX e o condado de Miami-Dade, encerrando os direitos da FTX sobre o Miami Heat Stadium. As associações entre o estádio e a FTX foram removidas.


No dia 11 de janeiro de 2023, a FTX declarou que havia localizado mais de 5 bilhões de dólares em caixa e ativos líquidos, e que está disposta a vender uma série de outros investimentos no valor de mais de 4,6 bilhões de dólares. Esses ativos não incluem os 425 milhões de dólares na posse das autoridades de Bahamas. No mesmo dia, os advogados da FTX disseram ainda não saber ao certo o déficit total em relação aos fundos de seus clientes.


Em sua primeira entrevista desde que tomou controle da FTX, John Ray revelou que estava olhando para a possibilidade de reviver a operação da empresa falida enquanto ele trabalha para devolver o capital dos acionistas e credores. Segundo ele, uma força-tarefa para reviver a FTX.com, a principal exchange internacional da companhia. Porém, mesmo com esse reboot, o retorno do capital dos clientes da FTX continua incerto. John Ray diz estar procurando todos os meios remanescentes de valor para diminuir o déficit.


CONCLUSÃO


Com o julgamento marcado para 2 de outubro de 2023, SBF poderá enfrentar até 115 anos pelos diversos crimes que muitos acreditam que ele cometeu. No entanto, seu futuro ainda é muito incerto, assim como as intenções e os envolvidos na história da falência da FTX. De acordo com uma imagem do Bloomberg Terminal que circulou nas redes sociais, SBF já não é mais bilionário, o fundador da FTX chegou a perder US$ 14,6 bilhões em menos de 24 horas e teve perfil removido do Billionaires Index da Bloomberg (imagem 11).

Imagem 10: perfil de SBF no Bloomberg Terminal


Para o mundo cripto, a falência da FTX foi um grande marco do "inverno cripto", que permeou o ano de 2022 com diversos escândalos, a exemplo do colapso do blockchain Terra, que levou a zero o valor das moedas Luna e Terra USD. Esse cenário fez com que os mercados de criptomoedas instáveis despencassem para a menor mínima em dois anos. Além disso, para recuperar a liquidez perdida com o caso da FTX, a Genesis Block, pioneira no fornecimento de serviços de varejo de criptomoedas em Hong Kong, anunciou que encerrará as negociações e fechará as operações, de acordo com relatórios.


Por fim, nos resta ainda a grande dúvida acerca dos escândalos de 2022: a causa dessas fraudes está intrínseca ao funcionamento do mercado cripto ou é possível proteger esse ecossistema contra líderes mal-intencionados? A resposta para esse questionamento aguardaremos, junto a vocês, para descobrir nos próximos anos.



Referências bibliográficas


ALLISON, Bill. Segundo maior doador para os democratas, Bankman-Fried responde por violação recorde no financiamento de campanha nos EUA. Disponível em: https://valor.globo.com/financas/criptomoedas/noticia/2022/12/14/segundo-maior-doador-para-os-democratas-bankman-fried-responde-por-violacao-recorde-no-financiamento-de-campanha-nos-eua.ghtml


ALVES, Paulo. 8 fatos para entender a crise na FTX que abalou o mercado cripto. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/mercados/fatos-para-entender-a-crise-na-ftx-que-abalou-o-mercado-cripto/.


FEDERAL ELECTION COMMISSION. Resources journalists: Political Action Committees (PACs).


FTX CEO Details Mismanagement, Says U.S. Customer Funds Could Be at Risk. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/new-ftx-chief-to-testify-before-congress-after-sam-bankman-fried-arrest-11670903625.


FTX Founder Sam Bankman-Fried Led Yearslong Fraud at Company, SEC Says. Disponível em: https://www.wsj.com/articles/sam-bankman-fried-led-years-long-fraud-at-ftx-sec-says-11670931979.


LONGO, Laelya. 2023: O inverno cripto vai acabar? Façam suas apostas. Disponível em: https://valorinveste.globo.com/mercados/cripto/noticia/2022/12/23/2023-o-inverno-cripto-vai-acabar-facam-suas-apostas.ghtml.


REIFF, Natham. The Collapse of FTX: What Went Wrong with the Crypto Exchange? Disponível em: https://www.investopedia.com/what-went-wrong-with-ftx-6828447#:~:text=FTX%20filed%20for%20bankruptcy%20on,reserve%20to%20meet%20customer%20demand.


SILVA, Mariana Maria. De um dos mais jovens bilionários do mundo à falência: quem é o fundador da FTX. Disponível em: https://exame.com/future-of-money/de-um-dos-mais-jovens-bilionarios-do-mundo-a-falencia-quem-e-o-fundador-da-ftx/.


TECNOLOGIA, Cubos. DeFi x CeFi: quais são as diferenças entre os sistemas? Disponível em: https://blog.cubos.io/defi-x-cefi-quais-sao-as-diferencas-entre-os-sistemas/.


bottom of page